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  • Foto do escritorAlex Lemos

O pescadores em Tiberíades

Era noite. Junto ao mar de Tiberíades, os discípulos de Jesus estavam “curtido” um estado de inércia, talvez ainda uma dúvida do que deveriam fazer, para onde ir, o que falar... sentiam a ausência do Mestre, que, depois da ressurreição, aparecia e sumia, lembrando o Mestre dos Magos (os mais antigos entenderão). Não quero aqui julgar o comportamento deles. Muita coisa havia acontecido nas últimas semanas, o que os deixavam paralisados, confusos e inseguros.

Estavam todos calados, olhando para o mar, então Pedro quebra o silêncio e recorre à solução clássica para os momentos difíceis da vida, e disse: “Sabe de uma coisa, vou pescar”. Os outros seis gostaram da ideia e foram com ele. Mas a noite não estava para peixe. Mesmo sendo pescadores experientes, o sol já estava chegando e não haviam pegado nada.

Mortos de fome e frustrados com a pescaria, ouviram alguém gritando lá da praia. Era Jesus perguntando se haviam pegado alguma coisa para comer. Responderam que não. E Jesus gritou mais uma vez, dizendo: “Joguem a rede à direita do barco e vocês acharão!” Embora não tivessem reconhecido o Mestre, tentaram mais uma vez e jogaram a rede conforme Jesus havia falado. Vendo que a rede estava tão pesada que não conseguiam tirar da água, em meio a euforia, João diz: “É o Senhor!” Pedro, mais eufórico ainda, se enrolou na sua túnica e se jogou no mar! Esqueceu que teria que nadar quase cem metros até a praia, mas deu tudo certo.

Era dia. Chegaram na praia, Jesus havia preparado uns peixes assados sobre a brasa, pães para acompanhar e disse: “Tragam alguns peixes que vocês acabaram de pegar e venham comer comigo”. Ninguém tinha coragem de perguntar: “Quem é você?” Porque sabiam que era o Senhor.

Ser discípulos de Jesus e cumprir a missão que nos foi dada, implica em passar por momentos de fome e escuridão. A noite nos lembra de inseguranças, de dúvidas e de fraquezas. A noite revela nossa falta de competência e autonomia. Mesmo trabalhando tão duro, a rede continua vazia. Mas a luz do sol rompe o céu escuro, em pinceladas de vermelho, laranja, amarelo e azul. A voz do Logos, o Verbo vivo, encarnado e ressurreto é ouvida. Somos orientados por Jesus. Ele diz onde e o que devemos fazer. Somos alimentados por Jesus. Ele já tem peixe assado e pão fresco. O que pescamos em nossas redes, foi por causa de Jesus, foi Ele quem nos deu. Resumindo, tudo vem dEle, por Ele e para Ele.

O Reino de Deus não é sobre competência e autonomia, mas dependência e obediência. Que Ele cresça e que eu diminua. Ao que está vivendo em tempos escuros da noite, que venha o dia e celebre, dizendo: “É o Senhor!”



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